Sou uma observadora nata das pessoas, dos lugares, das coisas do cotidiano... Sorrio, choro, me emociono, me deixo levar pelo mar de sentimentos que a vida tem a oferecer... Às vezes chata, às vezes insuportável, mas, às vezes, uma flor de pessoa, amável e delicada. Sou uma constante inconstante.. Sempre mais do mesmo, mas o mesmo diferente a cada dia... Quando tudo parece perdido, despedaço-me e renovo-me como a natureza para sentir-me novamente forte... Sou menina moleca, mãe dedicada, mulher serena, rebelde sem causa, despida de preconceitos e pré-noções... Sou um misto de várias coisas por aí que fazem de mim, simplesmente, Aline.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ainda prefiro acreditar...


De repente meu caminho se cruza com o de uma criança... Rosto encardido de sujeira, olhos tão tristes que parecem refletir a dor de uma alma sofrida. Onde está o sorriso de criança inocente? Só vejo lábios caídos, provavelmente moldados por conta de choros excessivos provocados pela fome, pela falta de estrutura familiar, pela pobreza, pelo descaso. Onde está o conceito de infância tão aclamado nas mídias, que diz que toda criança é feliz por natureza? Definitivamente, a felicidade não é inerente à infância... (Aliás, infância não passa de um conceito criado pela sociedade moderna, mas isso é outro assunto...)
Aí começo a me questionar sobre tudo o que estudo na faculdade de Pedagogia, onde sonhos são diariamente semeados em nossas mentes, onde a nós, futuros professores, é incumbida a difícil tarefa de educar, de proporcionar a formação dos futuros cidadãos deste país. Será mesmo isso possível ou será só uma utopia? E essas crianças tão sofridas e abandonadas terão mesmo um futuro através da educação? Sim, através da educação tudo é possível, mas onde estão as condições sociais, políticas, humanas e financeiras que garantam que essa educação seja levada adiante? Fico triste em saber que isso, ainda nos dias de hoje e talvez por muito tempo, seja privilégio de uma minoria.
Levar educação e conhecimento a todos pode ser sim sonhos inocentes de acadêmicos deslumbrados como eu, mas prefiro continuar acreditando, sonhando, e principalmente, fazendo a minha parte apesar de todas as adversidades.  
Aline Teodosio.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Eu falo mesmo!

Se lutar pelos meus direitos é ser chata e reclamona, pois bem, eu sou chata, reclamona, birrenta e encrenqueira. Posso até não conseguir o que quero de imediato, mas não fico de braços cruzados.
Podem pensar o que quiser, mas pisou nos meus calos eu luto até o fim.
Afinal, já dizia Rui Barbosa: “Quem não luta pelos seus direitos não é digno deles.”
Aline Teodosio

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Um conto...


Bom dia, pessoas!!! Semana passada numa aula da faculdade, a professora nos pediu que criássemos um texto a partir de uma figura, para exercitarmos a escrita. Tratava-se de uma obra de René Magritte, um artista surrealista belga. O exercício proposto pela professora era para olharmos a obra e escrevermos o que ela nos transmitia. Resolvi então compartilhar esse pequeno conto com vocês. A figura e o texto seguem abaixo.
E então, numa cidade bem distante, nascia uma criança. Poderia ter sido só mais uma, e talvez, durante muito tempo, fora uma criança como outra qualquer. Mas algo dentro dele era bem diferente. Ele não conseguia pensar e agir como as outras crianças, pois algo extraordinariamente fantasioso crescia dentro de si, a sua imaginação exagerada.
Não demorou muito para tornar-se o maior contador de histórias da região. Aos dez anos de idade já era capaz de reunir dezenas de pessoas ao seu redor para lhe ouvir. Era sempre uma história diferente. Algumas alegres, outras tristes, umas realistas, outras fantásticas.
Aos poucos foi construindo um mundo só seu, impenetrável, onde somente ele ditava as regras, onde o desfecho era somente dele. O tempo passou e passou e passou, e de tanto imaginar, inventar e criar passou a acreditar em tudo aquilo. Começou a se sentir só, embora sempre rodeado de pessoas. Sempre tinha alguém para ouvir-lhe, mas esse mundo fantasioso o levou para uma outra dimensão, longe de tudo e  de todos.
Aos quarenta anos começou a achar que sua vida estava passando e ele não tinha feito nada dela, a não ser contar histórias. Não estudou, não trabalhou, não casou, não teve um filho sequer. E suas histórias, que antes eram um refúgio, passaram a ser algo torturante. E embora houvesse sofrimento a cada relato, ele não conseguia deixar de proferir palavras que vinham direto de sua alma.
Aos oitenta anos ainda sentava todos os dias no banco da mesma praça, com pessoas diferentes a cada dia, fazendo o que sabia de melhor, contar e criar contos e causos. Agora, mais cansado, velho, sozinho, apoiado em sua fiel bengala, preso num imenso mundo imaginativo, enclausurado em suas próprias idéias e pensamentos fabulosos.
Aline Teodosio

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