Sou uma observadora nata das pessoas, dos lugares, das coisas do cotidiano... Sorrio, choro, me emociono, me deixo levar pelo mar de sentimentos que a vida tem a oferecer... Às vezes chata, às vezes insuportável, mas, às vezes, uma flor de pessoa, amável e delicada. Sou uma constante inconstante.. Sempre mais do mesmo, mas o mesmo diferente a cada dia... Quando tudo parece perdido, despedaço-me e renovo-me como a natureza para sentir-me novamente forte... Sou menina moleca, mãe dedicada, mulher serena, rebelde sem causa, despida de preconceitos e pré-noções... Sou um misto de várias coisas por aí que fazem de mim, simplesmente, Aline.

domingo, 1 de maio de 2016

Das relações com os livros

Dia desses estava eu divagando por alguns grupos de leitores do Facebook e me deparei com uma postagem na qual a garota dizia que ficava doente quando via alguém grifando ou escrevendo em um livro. Fiquei me perguntando: qual o problema nisso? A maioria das pessoas na postagem, no entanto, concordou com ela, achando um verdadeiro absurdo (quase um crime) fazer isso com um livro. 
Em minha opinião, leitura é vida, e se leitura é vida o livro é o seu corpo. Não é um Deus intocável, mas algo palpável, que deve ser manuseado e apreciado. Amo ler, mas não sou desse tipo de leitora paranoica que trata o livro como a joia rara perdida do Faraó. Livro é sim um tesouro, que deve ser cuidado, mas também deve ser tratado como algo acessível, disponível, que você possa partilhar com as pessoas sem que as pessoas fiquem com medo de despedaça-lo. 
Vejo nesses grupos muitas pessoas postando pilhas e pilhas de livros comprados, exibindo-os como verdadeiros troféus para aumentar seus status de “leitores compulsivos”, e na verdade, muitos, não leem nem a metade dos que adquiriram. Pra mim, uma estante cheia não quer dizer nada. Você pode ter uma biblioteca abarrotada, mas se seus livros estão lá apenas para enfeite, lindos e bem cuidados, sinto dizer, você apenas jogou dinheiro fora, pois não adianta nada expor lindas coleções na sala para ostentar um grau de intelectualidade que não existe.
Fora esse lance das pessoas que “fingem” ser leitoras, tem as que realmente são leitoras, mas tem uma relação quase psicótica com seus livros. Tipo, não pode grifar, não pode escrever, não pode usar a orelha, não pode abrir demais, não pode folhear depressa, não pode emprestar... Ufa! Não sei como pode ler. Para elas o livro é o verdadeiro anel de Sauron. Para mim, livro é para ser usado descaradamente, pegado, folheado, cheirado, grifado (sim, GRIFADO!), porque o livro conta uma história, mas também faz parte da história de quem leu. E se aquele determinado trecho mudou o meu modo de pensar e de agir de alguma maneira? E se eu quiser deixar aquele trecho visível para que sempre que eu abrir o livro eu possa localizá-lo facilmente? Sim, eu posso marcá-lo e não há nada de medonho nisso. Acho muito legal pegar um livro e ver um grifo feito outrora. Mostra que ali contém algo que foi significativo para alguém, que trouxe algum benefício emocional naquele momento para aquela pessoa. 
Livros nos contam histórias e também se agregam às nossas histórias. Por isso, acho muito válido quando se eternizam com um grifo ou uma pequena observação escrita. Para mim, naquele momento o livro deixa de ser um objeto frio e passa a ter uma alma. A alma de alguém que ele conseguiu tocar.
É isso!
..Aline Teodosio..

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