E afinal, o que é o
amor senão a mais pura ilusão?! Entregamo-nos a ele achando que será eterno, e, no
entanto, de repente somos tomados por chuvas de decepções inesperadas. Sim,
porque por mais que você tenha consciência de seus erros, jamais imagina que
aquele ser que você tanto idealiza possa lhe apunhalar. E aí, o mundo cai, o
seu mundo, aquele que você criou em sua mente... E você fica sem chão e sem
rumo. Parece até que falta um pedaço de si. E então vêm os surtos, a loucura, a
psicose. Como isso pode acontecer? Por que o amor falhou? Por que tudo
desmoronou? É inaceitável que exista no mundo outra pessoa que possa fazer o
nosso ser amado mais feliz que nós, outra pessoa que o faça sorrir e se sentir
bem, outra pessoa na qual ele pense, sonhe e conte as horas para encontrar,
outra pessoa que ele escreva poemas e demonstre carinho. Quando e por que
deixamos de ser “essa” pessoa ideal? Por que? Por que? Por que? Apontamos
sempre para o erro do outro, mas dificilmente enxergamos os nossos. É como se
todo o sofrimento nos causasse uma cegueira. Nós, os “injustiçados”, não
conseguimos entender o porquê de tudo aquilo estar acontecendo. É mesmo deveras
difícil agir racionalmente quando se fala de amor. Não dá pra entender o
sentido de nossas ações, que muitas vezes, mesmo feridos e sem forças, nos
renovamos, nos vestimos de esperança e tentamos tudo novamente. De novo com a
cegueira intensa, achando que dessa vez vai ser tudo diferente, um novo início,
uma nova história, uma nova vida. Cada qual tentando a seu modo mudar, mas no
fundo sabendo que nossas essências serão sempre as mesmas. Sem entender que a
mudança é sim importante, mas que também a aceitação do outro é essencial. Espero,
veementemente, que o amor não me faça mais sofrer e tento, sinceramente, ser
uma pessoa melhor.
Aline Teodosio..