Sou uma observadora nata das pessoas, dos lugares, das coisas do cotidiano... Sorrio, choro, me emociono, me deixo levar pelo mar de sentimentos que a vida tem a oferecer... Às vezes chata, às vezes insuportável, mas, às vezes, uma flor de pessoa, amável e delicada. Sou uma constante inconstante.. Sempre mais do mesmo, mas o mesmo diferente a cada dia... Quando tudo parece perdido, despedaço-me e renovo-me como a natureza para sentir-me novamente forte... Sou menina moleca, mãe dedicada, mulher serena, rebelde sem causa, despida de preconceitos e pré-noções... Sou um misto de várias coisas por aí que fazem de mim, simplesmente, Aline.

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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Meu sertão...


Cheiro de mato e chuva. As águas benditas que caem trazem de volta o verde do sertão, que reluz feito ouro aos olhos de sua gente. Pássaros saem em revoadas triunfantes, bailando e cantando harmoniosamente. No pasto o gado come tranquilamente, enquanto dois cachorros brincam numa algazarra incontrolável. A chuva que cai faz a alegria dos porcos, que se deleitam preguiçosamente nas poças de lama que se formam. Na sala da casa simples do sertanejo um gato magro rola de lado para o outro entertido com um pequeno novelo. E as quatro crianças ao redor, alvoroçadas, inventam todo tipo de brincadeiras fantasiosas e divertidas, enquanto os adultos cuidam dos afazeres domésticos e plantam o sustento com sorrisos no rosto.

Chuva é a vida retornando, é a vida renascendo, é a vida florescendo, é a vida brotando, é a vida seguindo...
Chuva, não pare de cair no meu sertão. Deixe essa gente simples viver.
Aline Teodosio..
 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Flagelo humano..


Estava ali sentado no chão de uma calçada imunda, maltrapilho, sujo, fétido, a pele em carne viva, feridas abertas. Comia restos de comida desesperadamente usando apenas as mãos. Àquela altura, tudo o que importava da vida era matar a fome e sobreviver até onde desse. Não tinha esperanças em dias melhores, não tinha perspectivas, não tinha dignidade... Apenas fazia parte do submundo, da escória da sociedade. Uns o observavam com repúdio, outros, com pena, jogavam-lhe alguns trocados. Todos, perplexos, o olhavam. Alguns cochichavam entre si a situação daquela pobre criatura. Mas nenhum foi capaz de estender-lhe a mão e oferecer uma ajuda que fosse capaz de tirar-lhe daquela condição miserável.
Nenhuma desgraça, no entanto, causa comoção por muito tempo. O sensacionalismo some na medida em que acaba a curiosidade. É tudo momentâneo.  Num minuto aquilo já perdia o interesse, e as pessoas, seus egoísmos inatos do ser humano e seus “milhões de afazeres”, seguiam seus rumos. Ficava para trás só mais um ser desafortunado, praticamente desprovido de vida, que por um instante os fez parar de reclamar de suas dificuldades (para a maioria que ali estava, singelas dificuldades na frente das dele). Todavia, passou. E voltaram a suas rotinas normais, calma e serenamente, como deve ser. (Será mesmo?!).

Olhando essa cena ontem fiquei refletindo sobre as nossas atitudes perante os outros. Como somos pequenos e egoístas. A maioria, inclusive eu, não foi capaz de fazer nada. Apenas olhavam. Fico pensando em como o mundo seria melhor se agíssemos como pessoas melhores, mais solidárias e socialmente engajadas. Para mim aquele fato não passou em branco, senti-me muito tocada, algo vai ter que mudar e vai mudar pra melhor. Saiamos da zona de conforto e vamos rever nossos conceitos.

                                                                                                                                Aline Teodosio..

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Dos fatos cotidianos..


Morreu a jovem Dorotinha. Tão simpática e prestativa ela era. Sempre ostentava um sorriso cativante no rosto. Um encanto de menina. Inteligente, sempre transformava qualquer trabalho em arte. Era uma querida, não merecia morrer, a pobre Dorotinha. Em minutos a notícia se espalhou e tomou conta das redes sociais. Na sua página pessoal era um tal de “Vai com Deus”,  “Que os anjos te guiem”, “Encontre a paz”... Todos os seus oitocentos e tantos amigos se mobilizando, gastando minutos de seu luto frente a seus computadores, esperando que Dorotinha lesse suas mensagens de carinho e compaixão. Talvez esperassem uma resposta de algum lugar do além, dizendo que tudo estava bem. Uns esperando que suas mensagens reconfortassem o coração da doce Dorotinha, livrando-a da frustração da morte prematura. Outros querendo só promover-se à custa do sensacionalismo. E mais uns tantos espiavam apenas para saciar sua curiosidade.

Eis os tempos modernos, novo jeito de lidar com o fantasma da morte. Estranho?! Não... Curioso, talvez. 
Aline Teodosio..

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